quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Uma Volta no Parque



Enquanto o Atrizes (2008) por fim recebeu um corte final em setembro, meu próximo curta tem data de estréia. "Uma volta no parque" é a viagem mais pessoal de todas. Retorno ao super-8 de João e Maria (2006) e a dois de seus protagonistas, Fernando e Nelly Wandratsch, meus avós, desta vez acompanhados de muitos outros da trupe familiar. A data da estréia é dia 25 de novembro de 2008, no Teatro da Caixa, na abertura da mostra Curta 8. A assistência de direção é de Eduardo Baggio. A edição de som de Ana Lesnovski. A produção e as fotos são de Ana Paula Málaga.


segunda-feira, 9 de abril de 2007

Um Dalton pouco sutil


Sutil Cia. de Teatro estréia em São Paulo peça baseada em Dalton Trevisan

A última peça produzida na cidade pela Sutil Cia. de Teatro foi em 2000. Desde então, o grupo formado por artistas renomados como o ator Guilherme Weber e a cenógrafa Daniela Thomas - também parceira costumeira de Walter Salles - tem produzido seus espetáculos em São Paulo. O retorno da produção a Curitiba vem com a produção da peça Educação Sentimental do Vampiro. “Insistimos em ensaiar em Curitiba, porque conseguimos ficar mais isolados”, fala Felipe Hirsch, em entrevista realizada em uma das três salas dedicadas ao ensaio. A trupe, que estréia hoje a peça baseada em textos de Dalton Trevisan, em São Paulo, tem seu refúgio num hotel no Centro Cívico. Três espaços para conferências foram adaptados para a companhia.

A cada produção, a equipe envolve diretamente sessenta pessoas. No elenco, desta vez, são três atores curitibanos e quatro de outros estados. Para Felipe Hirsch, é um espetáculo que causa angústia, “mas se você me perguntar por que eu quero causar angústia nas pessoas, eu não sei”. Hirsch ainda fala das dificuldades de adaptar um escritor tão próximo: “Quando você faz um Tchecov, você imagina uma Rússia; quando você faz um Dalton, você sabe quem são essas pessoas. É muito mais difícil lidar com essas pessoas sabendo quem elas são, do que imaginar um russo e um inverno na Rússia”. Além disso, o diretor sente estar passando por uma situação nova: “É constrangedor estar diante de uma coisa que é tão domínio público. Pela primeira vez, tenho a sensação de exposição total”. Em São Paulo, a peça ficará em cartaz por sete meses. Quem sabe, em 2008, teremos a oportunidade de ver a peça sobre Dalton em Curitiba.

Violência familiar

O público pode esperar uma peça pouco sutil. Num determinado momento do espetáculo, uma forte cena de sexo. A presença de violência familiar levou à classificação indicativa: não recomendado para menores de 16 anos.

Serviço:
Educação Sentimental do Vampiro
Teatro Popular do Sesi
Av. Paulista, 1313 - São Paulo
De quarta a sábado, às 20h; domingo, às 19h
Até 18/11/07

FOTO: Rafael Urban
1ª - O diretor da Sutil Cia. de Teatro, Felipe Hirsch.

* Matéria originalmente publicada no Jornal do Estado do dia 23/03/2007.


sexta-feira, 6 de abril de 2007

Aguardem o MeOscar!


MeMostra! completa um ano e promete premiação para o cinema local*

Tudo começou com a exibição de curtas-metragens em um bar da cidade. Alguns clientes ficavam incomodados porque os filmes atrapalhavam suas refeições - “Pô, tô comendo aqui! Desliga esse treco aí!” -; enquanto outros ficavam indiferentes. Também havia aqueles que se identificavam, mas que eram atrapalhados por barulhos de talheres, conversas e garçons. A responsável pela projeção, Viviane Follador, logo se deu conta de que ali não era o melhor espaço; tinha que ser no cinema mesmo. Viviane fazia o curso de pós-graduação em Cinema da FAP. Lá, conheceu Fabiana Moro: conversaram e perceberam que os filmes que elas estavam produzindo na faculdade não tinham espaço para exibição: “Finalizávamos um curta e, quando chegava a hora de exibir, apareciam umas cinqüenta pessoas, todas parentes e amigos”, explica Viviane. Juntas criaram o MeMostra!. “Me mostra porque eu quero que me vejam. E ‘mostra’ por exibir filmes também: a produção independente de curtas, médias e longas paranaenses”.

O projeto acaba de completar um ano: desde março de 2006, apresenta filmes locais e mais um vídeo de outro estado, na última quarta-feira de cada mês. As primeiras mostras foram no Cine Plaza. Espaço que exigia uma limpeza especial após as sessões; muitos usavam as mais de oitocentas cadeiras do cinema com outros fins: lá encontraram camisinhas, seringas e até uma calcinha. Na última exibição no local, em maio passado, o cinema estava sem energia elétrica. A solução foi buscar um gerador. A data foi marcante e teve o recorde de público do projeto: mais de cem pagantes. Para Viviane também foi emocionante pois, além de trazer um público que há muito não ia ao cinema, marcou a despedida do Cine Plaza, o último cinema de rua privado de Curitiba. Hoje, o imóvel está à venda.

Na seqüência, realizaram uma sessão no Santa Mônica Clube de Campo. Apenas em outubro do ano passado voltaram a ter um parceiro fixo: o Cineteatro HSBC, no prédio do antigo Palácio Avenida, espaço que tem atingido um público de, em média, 60 pessoas. Recentemente, o grupo responsável, que hoje conta com o apoio de mais pessoas, conseguiu promover o lançamento de dois DVD's com vídeos que foram exibidos no MeMostra!. Eles estão disponíveis nas locadoras Vídeo 1 e Cartoon Vídeo e foram subvencionados pela soma das bilheterias das onze sessões já realizadas. A Cartoon passou a ser parceira do projeto: os interessados em exibir seus vídeos podem deixar cópias em DVD em qualquer uma das franquias (os endereços estão no final da matéria). Este ano prometem outra novidade. As projeções deverão, muito em breve, ser acompanhadas de uma premiação: “Queremos fazer o MeOscar! Paranaense. Fazer uma premiação com todos os filmes já exibidos...”, comenta Viviane. E o formato? “A ser definido”, completa a jovem.


Onde deixar seus filmes para ser exibidos no MeMostra!
Cartoon Vídeo
Cabral – R. São Pedro, 347 – fone: 3253-3245
Cristo Rei - R. Luiz Brambila, 51 – fone: 3363-6035
Ecoville - R. Prof. Pedro Viriato Parigout de Souza, 565 – fone: 3339-3500

Contato:
http://www.memostra.com.br/


FOTOS: Rafael Urban

1ª - A equipe por trás do MeMostra!: Guilherme Glück, Fabiana Moro, Viviane Follador e Luiz Felipe Araujo

2ª - Viviane Follador apresenta a sessão de aniversário do MeMostra!

*matéria originalmente publicada no Jornal do Estado do dia 5 de abril de 2007.
para acessar outras matérias, visite o meu outro blog: http://materiaspublicadas.blogspot.com/

sexta-feira, 30 de março de 2007

Cavalos não gostam de festa


No 314º aniversário de Curitiba, os cavalos não foram os presenteados. "De vez em quando, soltamos uns foguetes lá no quartel. É para eles se acostumarem". Mesmo com as boas tentativas do Soldado Marquetti, Ibaiti, cinco anos de idade, não estava tranqüilo no cumpleaños da cidade. A pouca idade, identificada pelo soldado pelos dentes bastante juntos do eqüino (vide ou não vide foto), somada à pouca experiência com foguetório (cinco partidas de futebol) não ajudaram. Seu colega, Pierrot, quinze anos contados nos dentes, demonstrava a calma da vida madura. Enquanto a Praça Santos Andrade explodia em fogos de artifício e os presentes comiam bolo de morango, ele estava tranqüilo, como se esperasse pela Columbina.


FOTOS: Rafael Urban

1ª - Apesar do animal ter sido dado, o soldado Marquetti observa os dentes de Ibaiti. A seqüência de fotos extremamente ruim culminou nesta fora de foco e trêmula.

2ª - O foguetório na Santos Andrade no aniversário de 314 anos da cidade não agradou a todos.


quinta-feira, 29 de março de 2007

Combate Barreirinha x Real Madrid

Baseado nos quadrinhos de Frank Miller e com Rodrigo Santoro no elenco, 300 chega nesta sexta-feira aos cinemas de todo o País

Na Esparta remanescente do Império Grego, todos os homens eram criados como iguais. Na Esparta do filme, e dos quadrinhos, 300 são selecionados para se defenderem bravamente, até a morte, do milionário exército persa. Em 300, o rei espartano Leônidas, interpretado por Gerard Butler, não fica nada feliz com a mensagem de um emissário persa: além de este lhe apresentar as caveiras dos reis conquistados, desacata a sua mulher e promete que, se o monarca não tomar cuidado, as poucas palavras que proferiu serão suas últimas. O rei não gosta mesmo e manda o emissário e os seus guardas desfiladeiro abaixo.

Sem a aprovação do oráculo, o espartano leva seus melhores homens a um local com poucos acessos para aguardar o exército de Xerxes - um ser bizarro, gigante e andrógino, interpretado por Rodrigo Santoro que, ao menos, consegue passar a insegurança de um personagem humano que tem que aparentar ser um deus. Nas cenas de batalha – boa parte em câmera lenta - rolam cabeças, membros e milhares de litros de sangue.

Em duas semanas em cartaz nos EUA, a bilheteria mostra um grande sucesso de público: US$ 129 milhões. O diretor, Zack Snyder - da refilmagem de A madrugada dos mortos -, teve a colaboração do autor dos quadrinhos e produtor do longa, Frank Miller. Snyder optou por gravar o filme todo em estúdio: as cenas foram feitas com fundo azul e trabalhadas digitalmente. Já a fotografia, granulada como a dos filmes de Iñárritu (de Babel) e forçosamente épica, traz, na sua irregularidade, um clima bastante artificial para o filme.

Numa das inúmeras batalhas, Dilios (David Wenham) perde um de seus olhos, ao que ele exclama: "Graças aos deuses eu nasci com um de sobra". Se o espectador encarar a frase (e o filme) como diversão descompromissada, corre o risco de sair das salas de cinema feliz. Do contrário, se quiser levar a película a sério - como, inclusive, ela mesma o faz -, vai sair bastante desapontado.



FOTOS (divulgação):
1ª - Os 300 soldados do rei Leônidas enfrentam o exército de um milhão de homens do bizarro Xerxes, interpretado pelo brasileiro Rodrigo Santoro
2ª - Tudo de mentirinha: o filme foi gravado inteiramente em estúdios e com fundo azul. Os grandiosos cenários são todos digitais.